ANGOLA GROWING
Saraiva Santos, Presidente da Associação Nacional dos Aquicultores

“Se continuarmos a pensar que temos de produzir apenas para combater a fome e a pobreza nunca sairemos do mesmo local” 

12 Apr. 2023 Grande Entrevista

Dirigente associativo crítica o “pouco interesse das pessoas em investirem na aquicultura” e a aponta o dedo a quem tem a actividade como um passatempo. No entanto, desafia os mais jovens a apostarem na produção local por terem maiores lucros do que ficarem limitados à importação. Saraiva Santos denuncia o estado em que se encontra o centro de aquicultura no Cuanza Norte que não atingiu os objectivos, porque muitos funcionários do Ministério das Pescas criaram projectos para se beneficiar das verbas que seriam destinadas aos empresários. No entanto, acredita que o Planapesca é o barómetro que pode impulsionar a actividade, mas chama atenção para que se potencie toda a cadeia de valor.

“Se continuarmos a pensar que temos de produzir apenas para combater a fome e a pobreza nunca sairemos do mesmo local” 

Qual é a situação da aquicultura no país?

A aquicultura é uma actividade milenar, mas em Angola foi abraçada em 2013. Naquele tempo, era necessário e hoje é imperioso, que é ter terreno, local de implantação e este local de implantação ainda custa muito. Ninguém vai conceder qualquer fundo sem ter como garantia alguma coisa, então uma das principais ‘nuances’ é o título superficiário para o desenvolvimento da actividade aquícola.

Este é o grande entrave ao sector?

Tudo é um entrave, mas, mais do que isso, é o conhecimento. Se alguém quer ser aquicultor e não tem conhecimento, porque é que quer a terra? A aquicultura não necessita de solos aráveis. Precisamos de solos impermeáveis, porque vivemos da terra e da água e os nossos resultados vêm daí. A aquicultura é desenvolvida no campo, é das actividades que mais se desenvolve no mundo.

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